terça-feira, 9 de abril de 2013

Quem é a Rainha do Pop?


"Mestre, sabemos que és íntegro e que não te deixas influenciar por ninguém, porque não te prendes à aparência dos homens, mas ensinas o caminho de Deus conforme a verdade. É certo pagar imposto a César ou não?
Devemos pagar ou não? "Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, perguntou: "Por que vocês estão me pondo à prova? Tragam-me um denário para que eu o veja".Eles lhe trouxeram a moeda, e ele lhes perguntou: "De quem é esta imagem e esta inscrição? " "De César", responderam eles.Então Jesus lhes disse: "Dêem a César o que é de César e a Deus o que é de Deus". E ficaram admirados com ele. Marcos 12:14-17


                Pelo título e texto introduzidos já é possível saber onde quero chegar. Parece-me uma reflexão um tanto superficial, contudo dada a nossa superficialidade em conhecer as Escrituras e propagar um discurso proselitista não me vejo com muitas opções.
Por eu preferir uma liturgia de culto um pouco mais tradicional, e por no meu contexto cultural perceber que quando não é assim geralmente o culto não passa de um show, sempre fico pé atrás com cristãos que se apresentam com uma nova roupagem. Apesar disso acabo sendo cativada pela identificação ideológica bíblica quando há. Não é de bobeira que os novos grupos tenham ganhado relevância, afinal estão, às vezes de forma exacerbada, batendo na praxe religiosa.
Sem mais delongas. Julgar a produção musical da Lady Gaga, ou Stefani para os íntimos, como medíocre pela ideologia de suas canções é no mínimo incompreensível para não dizer incoerente. Revela só mais um pouco da praxe que criamos para carimbar nossos guetos evangélicos. É. Por incrível que pareça, para os lado-frágil-da-moeda, diminuir a qualidade de um produto ou aumentá-lo, no quesito opinião, não faz do produto algo ruim ou bom, só faz do julgador, nesse caso, uma esponja reacionária.
Está certo que a publicidade torna um produto bom ou ruim a partir de sua arte, contudo cristãos não são publicitários, ao menos não deveriam ser. Não sei ao certo, mas ainda vou saber o motivo de tanta vaidade e vitimismo. Os tais cristãos gritam e proclamam que têm uma convicção e que tal verdade é infalível e superior a toda tese "mundana", contudo quando confrontados buscam em artifícios “mundanos” justificar a própria ideologia. Sendo mais específica é exatamente isso que é feito quando se reprova e negligencia todo um conteúdo em detrimento de seu real valor.
Discutir se a música da Lady Gaga é boa ou ruim é filosofia demais para a minha paciência, entretanto a abordagem  sobre o assunto que vejo revela muito mais de como guiamos nossas convicções. Inclusive me leva a crer que não se sabe no que de fato se crê quiçá nem creia. Pois se cremos e compreendemos é isso que nos guia, mas se fingimos crer usaremos o que realmente acreditamos para de alguma forma dar razão do que fingimos. Em outras palavras, dizer que a música cristã é de boa qualidade por ser cristã e que a secular é ruim por ser secular é imaturo, é tentar justificar e convencer com proselitismo.
Bom, não quero aqui me prender a detalhes do mundo musical, apenas refletir sobre o verdadeiro pano de fundo das convicções. Se for cristão e não gostar por isso tenha argumentos cristãos e coragem para declará-los, caso contrário a identidade pregada não passa de um “apego a Judas” que quer se justificar perante o mundo em vez de ser regenerado conforme as Escrituras.