domingo, 16 de junho de 2013

Ao amigo

“O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura” (2 Coríntios 11: 2).
Grande é o momento em que nos percebemos como propriedade de Cristo. Feliz é o momento em que nos percebemos parte daqueles que o Pai deu a Cristo.
Seremos breves em palavras. O que temos a dizer é pouco, mas forte, pois nos alegra todos os dias.
Primeiramente, pense no que seja reconhecer a Cristo como precioso, como aquele que detém em si toda a plenitude.
Após isso, pense no que seja entender o Apóstolo Paulo quando ele diz: “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria, como da ciência de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!”.
Existem pastores que atenderam a um chamado; mas os pastores a que nos referimos atenderam não àquele chamado que vem de si mesmos, dizendo que são capazes de atrair multidões com sua eloquência ou por serem legais demais, descolados demais, “modernos” demais, em resumo, cheios de si em demasia.
Existem pastores que entenderam que o seu ministério é o de falar a todos sobre o Pai que têm. Falar sobre aquele que se fez Pai por misericórdia e amor. São estes homens, gritantes não pela altura da voz, mas pela força da mensagem que carregam, os que têm encontrado seus irmãos em Cristo e feito com que os seus irmãos encontrem mais a Cristo. Falamos de pastores que têm dedicado sua vida para que o amor entre os irmãos e a Cristo cresça em conhecimento e percepção.
Por fim, pense no que seja encontrar um pastor assim.
Feliz aniversário, Rev. Giovanni Zardini! (Cá entre nós: nosso pastor é mais legal que os ditos “legais”. Vivam com isso! “Deal with it!”).



                                                                                              Ruy Abdalla e Freire Moreno

domingo, 9 de junho de 2013

Jamais efêmera 07/06/13

                Anápolis GO, 7 de junho de 2013.
                Há um tempo procurava motivos para escrever cartas¹.  Motivos dos mais variados tipos e mães. Estão entre eles os que encontro e os que invento. Contudo uma coisa é certa, há de se ter os olhos de um escoteiro, sempre alertas, para deparar com os tais motivadores da minha prosa.
                Entretanto por qual razão se esperará o ensejo para escrever? Parece-me tão improdutivo e efêmero o exercício da escrita. Das diversas definições que já ouvi sobre a arte a única que me abraçou os olhos foi que arte não se defini, se expressa. Se expressa, pois sou ser humano e não consigo fazer de forma diferente.
                Acontece que nas minhas andanças tenho sempre me surpreendido e quero lhe relatar do que tenho encontrado, mas prometa-me fazer silêncio para não assustar, devemos ter extremo cuidado com o que encontrei.
                Entre as mais notáveis exuberâncias que já vi encontrei simplicidade. Sabe pessoas que puramente são? Não é necessário que se fale ou que se propague, elas são. E o que elas são? Não insista, nunca conseguirei dizer na totalidade, alguns podem experimentar, é o que posso dizer.
                Encontrei um belo sorriso. Se o caro leitor arrebatou da imaginação o grande sorriso recomendado pelos melhores dentistas sinto em informar, mas o amigo não sabe o que é um belo sorriso. Outra vez, me pego sem palavras, mas o desafio a conseguir não responder o belo sorriso que falo com outro. Se eu perder a aposta receitarei menos amargura nessa vida e mais sensibilidade.
              
                Antes de continuar me deixe desabafar. Que texto difícil, seria necessário inventar palavras para identificar por nome as características do que quero dizer.

                Encontrei alegria. Não encontrei alegria no ser, ou melhor, não só no ser, mas nas pessoas que também se depararam com a motivação da minha prosa. É como boa notícia se espalhando na cidade. Não falo de notícias que circulam na Internet, mas daquelas que vemos nos filmes, das que correm de cavalo em cavalo sendo possível assim ver a alegria do outro ao receber tal notícia.
                Licença ao bom homem que encontrou muito mais do que todos os passageiros dessa terra, mas vou ter que dizer, percebi boa esposa também. Não sou a pessoa para falar sobre, mas não tenho culpa, tal qualidade simplesmente salta de tal forma que é impossível não notar. E que seja exemplo, pois é isso que deve ser.
                Encontrei coerência. Firmeza no que se fala e vive. Solidez. O que pode parecer ao amigo de caminhada, o caro leitor, que não a quem consiga defender opinião contrária por conta da solidez, nada obstante digo que tal firmeza na verdade produz segurança e sombra.
                Encontrei uma porção de virtudes, incontáveis. Uma fonte delas. Descobri mais uma vítima para a minha prosa, daquela que não precisa ter os olhos escoteiros para perceber, contudo é agradável e de inteligente postura ser cada vez mais atento a fim de perceber mais.
Então o que me volta à mente é a pergunta: “entretanto por qual razão se esperará o ensejo para escrever? Parece-me tão improdutivo e efêmero o exercício de escrever.” Das cartas que tenho escrito as endereçadas a pessoas que não sejam eu mesma são as que mais têm trazido alegria para mim. No mais eu não produzo nada, só constato e uma irmã em Cristo, tão identificável pela semelhança com Ele, jamais será efêmera.
                Feliz Aniversário, Jéssica De Paula Zardini.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Bela Mulher e o Débito | Posso Contar-lhe | 3 de X

Enquanto estou eu a procurar motivos para fitar a tal vida, afinal de contas para que eu ei de esforçar-me a encontrar a dita cuja sem ter motivos? Eis que encontro uma bela mulher.
Padrão grego define a postura da Bela Mulher. Usava um coque, não do tipo Dona Amélia – nada contra a senhora, Dona Amélia, inclusive buscarei os nhoques de melão ao chocolate ainda hoje - o coque era algo funcional para não atrapalhar os movimentos, assim manda o psicológico. A Bela Mulher de cabelos escuros e liso, muito bem vestida de terno, saia e uma charmosa gravata discursava para um grupo de pessoas. Sua voz era firme e agradável, ela poderia ganhar dinheiro só por falar se quisesse. É bem verdade que desconfio das falas de pessoas competentes demais, contudo atraída pelo cansaço e por algum tipo de interesse resolvi parar e ouvir.


Dedica-se tempo e energias em grandes feitos para ter o relevante tatuado no próprio nome. Nome esse que se vai e permanece apenas para quem ficou, mas perde-se o valor enquanto identidade, se é que alguma identidade existe.
Não é a própria identidade efêmera? Dedica-se tempo e energias em grandes feitos para ter o que acredita ser significativo tatuado no cerne do ser, e quando assim feito descobre que não se sabe nem onde está a ponta do nariz.
Tão senhora de mim eu fui, prossegui para então descobrir que o mim era folha ao vento. Instável, não se encontra, preso na cadeia do corpo, solto na das ideias. Solto não é liberdade é paradoxo da escolha, quanto mais opções mais angústia, mais probabilidade de erro, mais energia e tempo.
Se mais energia e tempo, então me dei novamente em sacrilégio. Muitos diriam que isso é falta de força de vontade, mas poucos ousariam dizer isso para mim. Levantar cedo e estar pronta para o trabalho, não qualquer trabalho, mas aquele do qual dedico a maestria do conhecimento, da perspectiva e da atitude. Arquiteta-se todo o planejamento, executa-o e o sucesso é alcançado com louvor. No outro dia acorda-se cedo novamente mantendo a rotina até chegar ao sábado que serve para repor os minutos que faltaram nos outros dias.
Irônico dizer que vou repor algo ao sábado, é que o débito com a vida é tamanho que eu jamais conseguiria quitar. Na verdade eu estaria em débito com a vida, pois todo o meu ganho é perda. Não somente uma perda em si, mas comparada ao grande ganho. O ganho é o conhecer daquele que fala sobre as coisas que permanecem, e ele fala com autoridade, pois sabe o que diz.
Outrora eu, criatura, falava de coisas criadas e para elas vivia, ainda falo delas, mas não somente delas. Falo como quem tem identidade, pois quem a disse primeiro tem a autoridade.


Daí em diante parei de ouvir, mas não por não gostar, mas esse trecho me fitou. Quem teria autoridade para dizer o que o outro é? Só conheço pessoas sem conhecimento de si, alguém que diga o que o outro é e com autoridade no mínimo sabe muito sobre si.