domingo, 9 de junho de 2013

Jamais efêmera 07/06/13

                Anápolis GO, 7 de junho de 2013.
                Há um tempo procurava motivos para escrever cartas¹.  Motivos dos mais variados tipos e mães. Estão entre eles os que encontro e os que invento. Contudo uma coisa é certa, há de se ter os olhos de um escoteiro, sempre alertas, para deparar com os tais motivadores da minha prosa.
                Entretanto por qual razão se esperará o ensejo para escrever? Parece-me tão improdutivo e efêmero o exercício da escrita. Das diversas definições que já ouvi sobre a arte a única que me abraçou os olhos foi que arte não se defini, se expressa. Se expressa, pois sou ser humano e não consigo fazer de forma diferente.
                Acontece que nas minhas andanças tenho sempre me surpreendido e quero lhe relatar do que tenho encontrado, mas prometa-me fazer silêncio para não assustar, devemos ter extremo cuidado com o que encontrei.
                Entre as mais notáveis exuberâncias que já vi encontrei simplicidade. Sabe pessoas que puramente são? Não é necessário que se fale ou que se propague, elas são. E o que elas são? Não insista, nunca conseguirei dizer na totalidade, alguns podem experimentar, é o que posso dizer.
                Encontrei um belo sorriso. Se o caro leitor arrebatou da imaginação o grande sorriso recomendado pelos melhores dentistas sinto em informar, mas o amigo não sabe o que é um belo sorriso. Outra vez, me pego sem palavras, mas o desafio a conseguir não responder o belo sorriso que falo com outro. Se eu perder a aposta receitarei menos amargura nessa vida e mais sensibilidade.
              
                Antes de continuar me deixe desabafar. Que texto difícil, seria necessário inventar palavras para identificar por nome as características do que quero dizer.

                Encontrei alegria. Não encontrei alegria no ser, ou melhor, não só no ser, mas nas pessoas que também se depararam com a motivação da minha prosa. É como boa notícia se espalhando na cidade. Não falo de notícias que circulam na Internet, mas daquelas que vemos nos filmes, das que correm de cavalo em cavalo sendo possível assim ver a alegria do outro ao receber tal notícia.
                Licença ao bom homem que encontrou muito mais do que todos os passageiros dessa terra, mas vou ter que dizer, percebi boa esposa também. Não sou a pessoa para falar sobre, mas não tenho culpa, tal qualidade simplesmente salta de tal forma que é impossível não notar. E que seja exemplo, pois é isso que deve ser.
                Encontrei coerência. Firmeza no que se fala e vive. Solidez. O que pode parecer ao amigo de caminhada, o caro leitor, que não a quem consiga defender opinião contrária por conta da solidez, nada obstante digo que tal firmeza na verdade produz segurança e sombra.
                Encontrei uma porção de virtudes, incontáveis. Uma fonte delas. Descobri mais uma vítima para a minha prosa, daquela que não precisa ter os olhos escoteiros para perceber, contudo é agradável e de inteligente postura ser cada vez mais atento a fim de perceber mais.
Então o que me volta à mente é a pergunta: “entretanto por qual razão se esperará o ensejo para escrever? Parece-me tão improdutivo e efêmero o exercício de escrever.” Das cartas que tenho escrito as endereçadas a pessoas que não sejam eu mesma são as que mais têm trazido alegria para mim. No mais eu não produzo nada, só constato e uma irmã em Cristo, tão identificável pela semelhança com Ele, jamais será efêmera.
                Feliz Aniversário, Jéssica De Paula Zardini.

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